Para entender o que é a epilepsia infantil, antes é preciso entender o que é a epilepsia de fato. Milhões de células compõem o nosso cérebro e para se comunicarem e comandarem nossas atividades, pensamentos e sentidos, utilizam sinais elétricos. A epilepsia é justamente essa falha nesta transmissão.
Segundo a Liga Brasileira de Epilepsia (LBE), as convulsões são alterações temporárias e reversíveis da função cerebral. Assim, essas convulsões podem durar de alguns segundos a alguns minutos, podendo ser classificada em dois níveis:
- Epilepsia parcial: quando uma determinada parte do cérebro emite sinais negativos que podem ser limitados.
- Epilepsia generalizada: quando a emissão de sinais negativos se espalha para ambos pelos hemisférios cerebrais.
A maior parte dos tipos de epilepsia têm início na infância e costumam se apresentar em crianças de até 5 anos de idade.
Causas da epilepsia infantil
Entre os pacientes infantis, no entanto, a principal causa da epilepsia são os traumas no parto, que podem desenvolver falta de oxigenação no cérebro e a consequente formação de ferimentos no órgão, alterações metabólicas e outras doenças neurológicas, como a Síndrome de Rett.
Existem ainda, outros fatores de risco para o desenvolvimento de uma síndrome epiléptica, como:
- Arritmias cardíacas;
- Histórico familiar;
- Malformações congênitas;
- Traumatismo craniano.
Sintomas
Os sintomas da epilepsia variam. Eles dependem de quanto do cérebro é afetado e onde a área afetada está localizada.
Por exemplo, a epilepsia pode aparecer através de um ataque epiléptico, no qual o paciente apresenta crises com a perda da consciência e fortes espasmos musculares. Além disso, ela também pode se caracterizar por crises de ausência, onde o indivíduo não chega a perder a consciência, mas fica parado com o olhar fixo e sem conseguir se comunicar e executar algum movimento.
Já nas crises parciais simples, o paciente pode perder o controle sobre partes do seu corpo e ter suas percepções sobre os movimentos distorcidas.
Diferentes tipos de síndromes epilépticas
Epilepsia Rolândica
A Epilepsia Rolândica é a mais comum entre as epilepsias infantis. Sua causa ainda não foi cientificamente estabelecida e sua principal característica é provocar crises parciais ou generalizadas durante o sono da criança ou logo que ela acorda.
Síndrome de Doose
É uma síndrome rara e costuma a aparecer mais em crianças do sexo masculino entre os 2 e 5 anos de idades que possuam uma predisposição genética. Sua principal característica é desenvolver crises de tremores nos membros superiores do corpo, seguidos por perda de tônus muscular e quedas.
Síndrome de Rett
É uma síndrome rara que acomete crianças do sexo feminino, causada pela mutação de um gene que se localiza no cromossomo X e é importante no desenvolvimento do cérebro. Seus principais sintomas são as crises epilépticas, a perda dos movimentos e o atraso no desenvolvimento motor.
Síndrome de West
Também bastante rara, esta síndrome aparece em bebês com menos de 1 ano de idade. Sua principal característica são os frequentes espasmos musculares que, se não receberem tratamento adequado, podem evoluir para crises epilépticas mais graves a partir do quinto ano de vida da criança, comprometendo seu desenvolvimento.
Síndrome de Rasmussen
Esta síndrome aparece durante a infância e tem como principal característica as crises epilépticas parciais intratáveis que provocam progressivamente a paralisia de um dos lados do corpo, além de uma grave deterioração intelectual.
Síndrome de Angelman
É um distúrbio neurológico raro, que costuma ser diagnosticado durante os primeiros anos da infância. Além disso, geralmente costuma causar atrasos no desenvolvimento intelectual e motor.
Síndrome de Dravet
Esta síndrome rara costuma aparecer durante o primeiro ano de vida do bebê. e causa crises epilépticas progressivas e de difícil controle e longa duração, acompanhadas de comprometimento nas partes cognitiva e motora do cérebro.
Tratamentos
Os tipos de tratamento para a epilepsia variam de acordo com o tipo desenvolvido pelo paciente. Em geral, os médicos trabalham com o uso de medicamentos que neutralizam o efeito das crises e, quando elas geram comprometimentos no desenvolvimento, o tratamento é compartilhado com equipes multidisciplinares que atuam na reabilitação das funções da criança.
No caso de síndromes que causem epilepsia refratária, que têm difícil controle e não é resolvida com medicamentos, o tratamento deve ser desenvolvido caso a caso, de acordo com o quadro geral do paciente. Alguns podem ser candidatos a uma cirurgia para controle das crises, enquanto outros podem ser indicados para tratamentos menos invasivos, como dietas que controlam a frequência das crises e mesmo outros fármacos, menos convencionais.
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