A endometriose, doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero, possui diferentes tipos que atingem algumas áreas do corpo como:
Endometriose Peritoneal
É a forma mais comum da doença. Afeta o peritônio, membrana que cobre toda a pelve e os órgãos da pelve e do abdômen. Pode ser caracterizado como superficial ou profundo.
A forma profunda se dá quando quando invade mais de 5 mm da superfície peritoneal, e geralmente é encontrado nas últimas partes do intestino grosso (reto e cólon sigmóide) e na parede da bexiga. Dessa forma, o tratamento recomendado para essa condição pode ser clínico ou cirúrgico.
Endometriose Ovariana
Ocorre quando as células endometriais voltam pelas tubas e conseguem entrar no cisto ovariano. A partir daí eles começam a dividir e “cobrir” todo o cisto. Esse processo vai ocorrendo ao final de cada ciclo menstrual, onde essas células entram nesse cisto e se enchem de sangue ao longo do tempo. Assim, a endometriose ovariana cresce lentamente e pode atingir tamanhos surpreendentes e com este crescimento, partes dos ovários saudáveis vão sendo destruídas, podendo desencadear problemas futuros na fertilidade da mulher.
Assim, o tratamento geralmente é cirúrgico, onde o cisto deve ser removido ou cauterizado. Se o tamanho for tão grande a ponto de danificar todo o ovário, ele pode precisar ser removido (ooforectomia).
Endometriose de parede
Esta forma da doença pode aparecer depois de alguma cirurgia no útero, como uma cesárea, histerectomia ou miomectomia. Isso porque durante a cirurgia, as células endometriais acabam se alojando na cicatriz cirúrgica, onde se proliferam e formam nódulos endometrióticos, que são dolorosos e aumentam de tamanho durante a menstruação.
Nesses casos, o tratamento é sempre cirúrgico, incluindo a remoção do nódulo. Ao contrário do que fazemos com outros tipos de endometriose, não requer recargas após a cirurgia ou para prevenir a recorrência.
Endometriose septo reto-vaginal:
Esse tipo de endometriose é raro e afeta o tecido que fica entre o reto e a vagina. Embora sua origem ainda seja debatida, acredita-se que tenha origem na transformação de alguns resquícios da formação do órgão reprodutor em células endometriais.
Para esta condição, o tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.
Endometriose intestinal
Ocorre quando endométrio, tecido que reveste internamente o útero, ou glândula e/ou estroma se desenvolvem à volta das paredes do intestino, dificultando o seu funcionamento e causando sintomas como alteração dos hábitos intestinais, além de intensa dor abdominal, especialmente durante a menstruação.
O principal tipo de tratamento usado para tratar a endometriose intestinal é a cirurgia, na qual o tecido anormal é retirado do interior do intestino para aliviar os sintomas. Nos casos mais leves, o tratamento pode ser feito com o uso de pílulas anticoncepcionais contínuas, que inibem a menstruação e evitam o crescimento do tecido de endométrio no intestino.
Tratamentos complementares para Endometriose
Os tratamentos alternativos estão ganhando cada vez mais espaço para auxiliar diversos tipos de doenças. Como o caso da endometriose, doença que atinge mais de 6 milhões de brasileiras – cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva.
Conheça agora alguns tipos de tratamentos que são complementares e auxiliam na manutenção da qualidade de vida das mulheres com esta condição:
Fisioterapia Pélvica
Por ser uma condição de difícil e demorada identificação, as mulheres com endometriose, chegam a conviver durante anos com a doença até que o diagnóstico seja confirmado. Esse incômodo constante faz com que algumas pacientes procurem posturas para amenizar a dor.
Nesse sentido, a fisioterapia pélvica possui diversos recursos que podem ser benéficos para essa questão.
O tratamento fisioterapêutico começa com uma avaliação completa dos sistemas fasciais, músculos, alinhamento e padrões de movimento do corpo, incluindo o abdômen, a pelve e a coluna.
Após essa avaliação, podem ser usados recursos para diminuir a dor como:
- Massagem perineal;
- Eletroestimulação;
- Crioterapia;
- Biofeedback;
- Exercícios perineais, consciência perineal e corporal.
Acompanhamento Psicológico
A convivência por muito tempo com os sintomas, o atraso no diagnóstico e a dificuldade de acesso aos tratamentos, podem desencadear, ao longo do tempo, algumas alterações emocionais como dúvidas, angústias e até uma série de frustrações e conflitos. Por isso, o acompanhamento com um profissional capacitado pode ajudar nesses casos.
Acompanhamento Nutricional
Outro aspecto importante durante o tratamento de endometriose diz respeito ao acompanhamento nutricional. As nossas escolhas alimentares impactam diretamente na forma como nos sentimos e em alguns dos alimentos que podem despertar sintomas nas pacientes.
Por exemplo, a inflamação geralmente pode causar uma série de sintomas, sendo o principal, a dor. Sendo assim, é necessário optar por alimentos anti-inflamatórios, evitando processados e substituindo-os por alimentos frescos.
É importante que a paciente procure ingerir, diariamente, alimentos fonte de vitaminas e minerais, como:
- Frutas, verduras e legumes;
- Castanhas (do Brasil, amêndoa, noz);
- Sementes (girassol, abóbora);
- Peixes, cereais integrais e grãos.
Porém, é somente através de um acompanhamento com o nutricionista que a paciente tem acesso a planos alimentares que serão compatíveis com a sua condição.
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